Hoje sentamo-nos a conversar com a Alexandra Barbosa, que assina como A PAJARITA, CONVITES DE CASAMENTO.
E que bonito e incrivelmente delicado é o trabalho da Alexandra! Tive oportunidade de o ver ao vivo NO EVENTO DE FEVEREIRO, NO PORTO, e de conversar um pouco sobre as técnicas, processo e acabamento destas peças tão singulares e femininas, de uma beleza discreta e intrigante.
Acredito que cada casal é uma fórmula. Se pensarmos nas pessoas, não há duas iguais. Quando conheço um casal, conheço duas pessoas diferentes e é a soma deles que eu tenho de calcular para lhes puder apresentar uma fórmula que respeite quem são juntos. É nessa comunhão que nasce a fórmula que retrata o casal. Se não há duas pessoas iguais, não há duas somas iguais, logo não há duas fórmulas iguais.
Conte-nos um pouco da sua viagem profissional, das artes plásticas para o universo dos casamentos. Foi um caminho natural ou uma situação específica que o apontou?
Sou artista plástica e fiz especialização (mestrado) em obra gráfica (gravura) e produção artística.
Terminada a licenciatura, parti para Espanha onde estudei e trabalhei, e acabei por ficar por lá cinco anos. A minha vida profissional era partilhada pela docência e pelo desenvolvimento da minha investigação e trabalho artístico (e por consequência concursos, bienais e exposições).
Regresso a Portugal e começo a dar aulas e a criar peças personalizados num atelier: foi aí que conheci uma noiva, que acabei por ajudar, ao criar detalhes que ela idealizava e não tinha conseguido encontrar.
Esta experiência despertou algo em mim. A alegria dela foi contagiante, e desafio tinha sido estimulante. Como gosto de desafios e de fazer coisas sempre diferentes (a monotonia desconcerta-me!), a ideia foi amadurecendo e ganhando forma e, assim, “nasceu” A PAJARITA.
Há quanto tempo trabalha nesta área? E porquê este universo dos casamentos?
Desde Dezembro de 2014.
O universo dos casamentos, tal como eu o encaro, é estimulante, cheio de desafio e aventuras. Não é estático nem monótono. É algo contagiante e que me faz levantar de manhã cheia de energia e de vontade de trabalhar.
Como define o seu trabalho e como construiu essa assinatura?
É um trabalho feito de raiz, a medida de cada casal e tem como base a partilha. Tudo é pensado e desenhado com base no que os noivos partilham comigo: os seus gostos, expectativas, histórias, interesses, viagens…
Esse estilo faz parte do ADN da marca ou é um conceito que escolheu para explorar e trabalhar este ano? Porquê?
É, sem dúvida, o ADN. O fascinante é começar do zero. O caminho estimulante do processo ao produto final. Se deixar de existir, A PAJARITA não tem fundamento, não tem razão para existir.
As tendências da estação… são um assunto de trabalho ou apenas fait divers?
É sempre importante conhecer e debater as tendências, mas não serão um caminho a seguir se não se enquadram com a personalidade dos noivos dessa estação.
Ter o controle das decisões é importante? Tem uma perspectiva perfeccionista e específica sobre o resultado e a forma como quer que o seu trabalho seja consumido ou é o prazer de discutir ideias, de criar, que lhe interessa mais na relação com cada projecto, cada cliente?
Tenho de controlar a qualidade da execução, sou perfecionista, cada detalhe conta. Os materias são fundamentais e gosto de ter o controlo dos materiais usados e a sua qualidade. O processo criativo em si é muito orgânico, e parte sempre das conversas que tenho com cada casal. É delas que vou extrair os pormenores, as subtilezas em que me vou basear para criar os protótipos que lhes irei apresentar posteriormente.
Existem fórmulas vencedoras que aplica, ou cada convite, produto ou serviço é pensado totalmente de raiz?
Fórmulas vencedoras? Eu acredito que cada casal é uma fórmula. Se pensarmos nas pessoas, não há duas iguais. Quando conheço um casal, conheço duas pessoas diferentes e é a soma deles que eu tenho de calcular para lhes puder apresentar uma fórmula que respeite quem são juntos. É nessa comunhão que nasce a fórmula que retrata o casal. Se não há duas pessoas iguais, não há duas somas iguais, logo não há duas fórmulas iguais.
Onde busca inspiração para cada nova temporada de trabalho?
Para além de me inspirar na singularidade e personalidade de cada casal, busco-a nas exposições, nos filmes, na moda…
Quando precisa de fazer reset, para onde olha, o que faz?
Faço coisas simples, mergulhos nos livros, foco-me na minha família, perco-me nas risadas do Vasquinho e na tranquilidade do bebé Gustavo (os meus sobrinhos e afilhados), vou ouvir o mar, desenho casas (uma forma simplista de descrever o meu trabalho artístico).
Qual é a importância do convite de casamento (e respectivo conjunto de estacionário), na grande lista de itens e tarefas?
Normalmente é encarada como uma tarefa secundária, a meu ver, erradamente. É a primeira impressão do dia que estamos a preparar. O convite é a imagem do nosso dia, logo, a nossa. Daí trabalhamos para que o feedback do convidado seja sempre: “o convite é mesmo a tua/vossa cara”.
Qual é o seu processo de trabalho, como acontece a ligação ao cliente?
Primeiro é necessário perceber se sou o fornecedor ideal. Se for, preciso de conversar com eles, perceber quem são, o que perspetivam. Seja pessoalmente, por videoconferência ou por email, quanto mais informações me derem, mais matéria prima tenho. Mostro exemplos, acabamentos, papéis para ir percebendo as preferências. As conversas costumam ser amenas e muito interessantes. Posteriormente, apresento-lhes um protótipo. Ele sofre o processo necessário de forma a responder às expectativas, e só depois passa para a produção.
Qual é a melhor parte de criar convites de casamento, ser o primeiro capítulo visível da história que leva ao grande dia? E o mais desafiante e difícil?
O melhor é não termos limites nem condicionantes estabelecidos pelo trabalho já desenvolvido e conhecermos pessoas novas. O que se torna desafiante, é o facto de se começar do zero, encontrar a imagem do casal sem usar recursos evidentes. O difícil, que é diferente de desafiante, a meu ver, é não ficar empolgado com os projetos e dizer aos noivos que a A PAJARITA não é o seu fornecedor ideal (acontece quando procuram convites padronizados).
Escolha o convite de que mais gosta no vosso portefólio, e conte-nos porquê:
É difícil escolher, mas os que mais me empolgam são os convites com intervenção manual, sem dúvida! O facto de cada um ser inevitavelmente diferente do outro, esse cunho pessoal e irrepetível desperta aquele brilhinho no meu olhar.
OS CONTACTOS DETALHADOS DE A PAJARITA, ESTÃO NA SUA FICHA DE FORNECEDOR. Espreitem a galeria, feita de imagens bonitas, e contactem a Alexandra directamente através do FORMULÁRIO: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.
Leiam a entrevista realizada pela aqui