Nestes tempos tão digitais, um calendário de papel pendurado na parede pode parecer uma ideia antiquada (ou vintage, como ditam as tendências), mas será que é apenas isso?
Nos últimos anos, voltei a colocar um calendário na parede e dou por mim a olhar para ele, não só quando preciso de confirmar alguma data, mas também quando estou a ter um dia menos bom. Este objeto singelo relembra-me porque trabalho todos os dias com dedicação e empenho, relembra-me os sonhos, desejos e objetivos que listei.
É um diálogo em puro silêncio, de mim para mim, e nada pode ser mais honesto e pessoal.
Que sejas muito bem-vindo, 2023!
Para o ano que se avizinha, proponho um calendário versátil. Pode ser pendurado na parede ou colocado sobre a secretária, e tem uma ilustração para cada metade do ano – basta virar de lado, quando muda o semestre. Quando terminar a sua função, têm duas belíssimas ilustrações que, tenho a certeza, continuarão a trazer alegria aos vossos dias!
Sempre que desenho um calendário, faço-o de coração, este lugar onde brotam os desejos mais sentidos.
Em 2023, olho para o lado mais humano, verdadeiro, sem artifícios, com um renascer ligado à terra, à natureza, no seu compasso.
Mais empatia, mais abraços sentidos e menos sorrisos de cortesia. Mais amor, por favor!
O ano está dividido em duas metades, uma em cada verso. Dediquei o primeiro semestre ao cultivo, quando semeamos na terra fértil o que mais desejamos, e o segundo semestre à colheita, quando apanhamos e saboreamos os frutos, com leveza e liberdade.
Simbolismos
No calendário do ano passado, tinha limões vibrantes e abelhas trabalhadoras, símbolos de diligência, lealdade e do coração.
Para o primeiro semestre do calendário de 2023, escolhi brincos de princesa, uma flor de trato fácil e descomplicado – pois não é assim que todos desejamos o próximo ano?
São flores que atraem beija-flores e borboletas para o jardim durante toda a estação. Florescem em abundância desde maio até ao tempo frio, transportam-nos para brincadeiras da infância e são símbolos de resiliência, característica essencial para uma transformação constante.
Quero estar rodeada de beija-flores e de borboletas, de inspiração, beleza e verdade. De vegetação que nasce nos prados, sem fertilizantes nem estufas, de liberdade alimentada pelo sol, tal como a criatividade.
Acrescentei cabeças secas das papoulas, espelhando o renascimento de um lado humano que se sente perdido, cada menos mais desvalorizado, tão visível nas interações dos dias de hoje. Nestes tempos estranhos e apressados, o trato gentil é escasso, interpretado como fraqueza. Vamos dar aos dias cor, sorrisos e gestos amáveis – afinal quanto mais doce é a semente plantada, melhor será o fruto colhido.
Para o segundo semestre, desenhei um pássaro, que associo à liberdade, simbolizando o quanto desejo manter as minhas asas ágeis para voar e um olhar atento, panorâmico e amplo, aos pequenos detalhes e gestos mais autênticos.
A finalizar, sem ordem de importância, os salpicos de tinta. Que o fazer manual continue a preencher os meus dias, que o ano seja pontilhado de momentos memoráveis e felizes, cheios de cor.
Cor é vida, é felicidade, é alegria, e não a devemos recear ou rejeitar.
Cumprida a sua função prática de 365 dias, podem desconstruir o vosso calendário e emoldurá-lo, dando-lhe uma segunda vida, sem termo. Será um momento de beleza permanente, a alegrar a vossa casa ou local de trabalho.
Despeço-me desejando que este calendário alinhe e alegre os vossos sonhos para 2023.
Vamos dar cor à nossa vida!
Características do calendário:
dimensão: 17 x 24cm com dobra ao meio;
impressão: fine art;
papel: fine art 200gr;
tiragem: edição limitada de 50 exemplares;
PVP: 18€ (envio incluído para Portugal Continental).
BOM DIA, ALEGRIA! – a história de um calendário, é texto escrito a quatro mão com a imprescindível Susana Esteves Pinto.
M João Soares
Ideia mais fantástica Alexandra ! e a beleza não se esgota ao fim de um ano. Gostei muito, parabéns.
Alexandra Barbosa
Fico feliz que tenha gostado. Muito obrigada Maria João!!