Das Mãos em Que Nasceu
A convite da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim participamos no 1º Congresso Empresarial da Póvoa de Varzim, apresentado um caso de sucesso no Painel Empreendedorismo e Financiamento.
Aceitei o convite e contei a nossa história, de onde viemos e o que fazemos. Para quem não pode estar presente, fica a transcrição da nossa apresentação.
“Bom dia a todos.
E antes de mais, um obrigada especial à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim pelo convite e a todos os intervenientes na organização deste congresso.
O meu nome é Alexandra Barbosa e sou a directora criativa d’a pajarita.
Foi das minhas mãos que nasceu este projeto.
Hoje conto com diversas mãos talentosas que me ajudam a criar o estacionário, a decoração e todos os outros detalhes que realçam com personalidade aqueles momentos irrepetíveis.
O que fazemos?
Realizamos um serviço personalizado inserido em dois grandes grupos:
SPECIAL DAY
trabalhamos criativamente com os nossos clientes de forma a construir uma solução estética não padronizada para o evento, seja ele, um casamento, uma festa ou um jantar especial.
DO IT WITH ME
estamos ao dispor dos nossos clientes para ensiná-los, orientá-los e aconselhá-los na realização dos seus próprios projetos.
A pergunta que mais ouvi até hoje foi:
Porquê abrir uma empresa com estas características?
E a resposta é simples!
Foi a oportunidade que encontrei para intensificar os meus momentos de felicidade…
Ou talvez, tenha simplesmente sido a minha ousadia.
É importante compreender quem somos para perceber onde queremos chegar.
Por isso vamos recuar uns anos…
Os eventos não fazem parte da minha formação académica.
O meu único contacto com eventos foi trabalhar como empregada de mesa em casamentos.
Foi esta experiência que me impulsionou à criação da pajarita?
Não!
Comecei por servir às mesas nas férias do meu nono ano (para desgosto do meu pai), porque eu acreditava que podia começar a conquistar a minha “independência”.
Os meus pais sempre trabalharam para nos dar a mim e à minha irmã o melhor, para que nada nos faltasse e queriam que nos dedicássemos somente à escola.
Era importante para eles que nós não nos dispersássemos, incentivando-nos a sonhar e a lutar pelos nossos sonhos e objectivos.
Privavam-se de fazer férias mas nesse ano deram-me uma viagem a Londres.
Acabei o secundário com sucesso e decidi então licenciar-me em Artes plásticas (numa área com poucas saídas profissionais) nas Caldas da Rainha.
A seguir, mesmo antes de terminar a minha licenciatura, já estava inscrita no mestrado de obra gráfica na Coruña.
Já em Espanha, a minha ousadia teve o seu expoente máximo, quando decidi concorrer ao concurso internacional “Tentaciones” incorporado no Salão Internacional de Obra Gráfica em Madrid. Um concurso constituído somente por 8 lugares, sendo somente possível, ser seleccionado uma vez na vida.
Sem pensar nas consequências, concorri e fui selecionada.
Tive de trabalhar muito, era uma estudante e tinha poucos recursos financeiros.
Foram estas experiências que me impulsionaram à criação da pajarita?
Não!
Mas consegui compreender que a solução encontrada para ultrapassar muitos dos problemas, esteve circunscrita ao amor pelo que fazemos. Para mim, é essencial identificar-me com aquilo que faço.
Ainda em Espanha, mais precisamente em Valência, realizei outro mestrado e continuei a trabalhar na minha área. Para mim, foi muito marcante viver neste país, por isso, naturalmente, o nome da empresa surgiu em espanhol, “pajarita”.
Seguiram-se outras representações em exposições internacionais, bienais… continuei a viajar por muitos países e até concretizei a viagem dos meus sonhos – representar Portugal na China.
Fui convidada a dar aulas no master em obra gráfica e em diversos workshops, em entidades espanholas.
Foram estas experiências que me impulsionaram à criação da pajarita?
Não!
Ajudaram na criação de uma visão abrangente em relação ao mundo e a perceber também, que gosto de dar aulas e de trabalhar com e para pessoas.
Por isso, voltei para Portugal porque tinha adquirido conhecimentos e experiências suficientes para continuar o meu percurso no meu país.
Dei continuidade ao meu trabalho no ensino das artes plásticas e no mesmo atelier, comecei a criar peças personalizas produzida essencialmente com o meu material de eleição – o papel
Ai conheci muitas pessoas, especialmente uma noiva que estava a dias de se casar e ainda não tinha encontrado a imagem que idealizava para a sua festa. Nesse momento percebi que podia ajudar e assim aconteceu. Foi uma experiência incrível e senti vontade de continuar.
E foi assim que a Odisseia começou … foi assim que a ideia brotou.
Tive a ousadia de começar do zero, numa área desconhecida e sem contacto familiar ou profissional.
Realizei um curso de comércio internacional e fiz workshops na ANJE para perceber as sensibilidades de um negócio e da sua criação.
Fui aceite na incubadora ANJE da Póvoa de Varzim e aqui estou a apresentar a minha empresa a pajarita.
Uma empresa criada com árduo trabalho e escassos recursos económicos, temos vindo a crescer sustentavelmente neste ano e meio no activo, sem medos e focados na persistência e no amor pelo trabalho que produzimos diariamente.
Dificuldades?
SIM, muitas. Mas a primeira e principal foi ultrapassada o Medo.
Medo de começar, medo de avançar, medo de falhar objectivos, medo de não corresponder às expectativas, medo de não saber gerir as poupanças …
Se formos honestos, ao longo do processo, existiram muitas dificuldades (e sabemos que vão continuar até estarmos estabelecidos no mercado), muito cansaço e dias não.
Ser empreendedor não é fácil nem charmoso.
O trabalho está sempre presente no dia-a-dia, contribuindo para as poucas horas de sono e poucos fins-de-semana.
Mas no final de tudo, valorizadas as pequenas conquistas, tudo superamos e estamos sempre preparados para conhecer o próximo cliente.
Obrigada.
E se tiverem oportunidade visitem o meu site www.apajarita.com.”
by Alexandra Barbosa, Diretora Criativa d’a pajarita.