Como fazer?
Os primeiros 6 meses.
O pedido foi feito e o “sim!” ecoou cheio de entusiasmo.
Com a emoção a fervilhar, o próximo passo é planear o dia que tanto vos emociona.
Por onde é que se começa?
De início parece uma lista de tarefas sem fim, mas com calma, tempo e um bocadinho de organização, é possível fazer de forma prazerosa – e se não for, há sempre ajuda profissional que podem contratar.
Com a data marcada, arregacemos as mangas!
Há listas para fazer, convites de casamento para enviar, decoração para escolher, vestido de noiva e fato para experimentar, bolo dos noivos para provar.
Para evitar aquela sensação de que estamos a ser engolidos, pegamos em papel e caneta (ou no telemóvel) e vamos fazer um cronograma de 12 meses, em contagem decrescente até ao grande dia. Comecemos com os primeiros 6 meses.
12 MESES ANTES
1. Fazer a lista dos convidados
Eis a primeira tarefa exigente e que vai determinar muitas das escolhas seguintes (dimensões e tipologia do espaço para o copo-d’água, investimento financeiro, etc.) Decidir quem vem e quem fica de fora, é uma tarefa que pode causar algum desconforto e colocar frente a frente divergências entre o casal e as suas famílias. Deixem de lado as opiniões externas e aquela vozinha que vos anima a convidar alguém só para agradar um convidado ou familiar.
É o vosso dia, foquem-se nas pessoas mais importantes da vossa vida, naquelas que não podem estar ausentes deste momento tão singular e emocionante da vossa vida.
E lembrem-se, para quem fica fora da lista, não precisa de ficar fora da gentileza – podemos fazer um cartão de participação, onde se informa do vosso casamento e se convida o destinatário para uma visita a vossa casa, por exemplo.
2. Definir o orçamento
Com um número de convidados orientado, segue-se o tópico mais importante e de rigor: definir o orçamento do casamento.
O valor que estão dispostos a gastar pede ponderação, sensatez e uns pozinhos de sonho. Aqui devem incluir todas as parcelas (sejam detalhados e rigorosos), reservar uns 10% adicionais para imprevistos, e marcar a vermelho o valor que não pode, de forma alguma, ser ultrapassado.
O único custo fixo é o processo e registo do casamento, que na sua versão mais simples tem um preço de 120 €.
Este assunto será foco de alguma tensão e isso é totalmente normal, não se preocupem. Mantenham a cabeça fria, objetivos claros sobre o que é fundamental para cada um e como casal, e aquilo que é secundário e tem mais margem para negociar, deixar cair ou ser trocado por outra opção.
É igualmente importante distribuir o poder e a tomada de decisão, conversar abertamente, com conforto e confiança, sobre quem paga o quê (e a influência que isso tem na escolha de um serviço, proposta ou fornecedor). Definir uma zona de conforto é essencial e é exatamente aí que se devem manter, do início ao fim deste processo.
Não faz sentido começar esta nova fase da vossa vida com dívidas ou grandes discussões!
3. Listar todos os serviços
Vamos então pensar em tudo o que é necessário, agrupar em serviços e fazer uma lista bem completa, atribuindo a cada um o orçamento previsto.
Ao procurar fornecedores em plataformas agregadoras de inspiração e fornecedores de serviços de casamento, vão reparar que na ficha de cada um podem encontrar o valor mínimo do serviço, um bom ponto de partida para vos balizar as ideias e expetativas.
Sejam objetivos e coerentes e evitem consumir demasiado tempo (para que não se sintam, mais uma vez, engolidos com a quantidade de informação disponível). Façam uma lista de prioridades e de fornecedores que gostavam de ter no vosso dia, e contactem-nos.
A lista pode ter mais ou menos serviços, tudo depende do tipo de casamento que idealizam e o vosso plafond disponível.
Estes são alguns exemplos daquilo que poderão precisar:
- registo civil;
- cerimónia (igreja/espaço da cerimónia, celebrante, decoração, coro/banda…);
- estacionário de casamento (convites, missais e cones, ementas, marcadores de mesa e lugar, sinalética, livro de honra, capas para fotos, cartões de agradecimento…);
- festa (espaço, catering, decoração, iluminação adicional, Dj/banda, bolo dos noivos…);
- noivo (roupa, calçado, acessórios, detalhe floral, cabeleireiro/barbeiro, makeup…);
- noiva (roupa, calçado, acessórios, bouquet, cabeleireiro, makeup…);
- damas/damos (roupa, calçado, bouquet ou outro acessório);
- meninos das alianças e/ou flores (roupa, calçado, detalhe floral/ porta-alianças);
- fotografia e videografia;
- alianças;
- aluguer de viaturas;
- lembranças;
- lua-de-mel.
4. Pedidos de orçamento e como escolher a melhor proposta
Se escolheram uma cerimónia religiosa, este é o momento de marcar a data na igreja.
Peguemos então na grande lista, e vamos correr os itens um a um, para que nada fique de fora.
Selecionem o vosso top três de fornecedores por cada serviço e peçam-lhes um orçamento. Se precisarem de dicas para melhor navegar este processo (que também tem boas práticas na forma como é feito), recomendo esta leitura atenta.
Com as propostas em mãos, analisem-nas com atenção, e considerem todos os detalhes para além do preço – rapidez e qualidade da resposta, interação com o destinatário, empatia na comunicação, rigor nos esclarecimentos, etc.). Agendem uma reunião com quem considerarem ser o fornecedor ideal e não deixem de comunicar a vossa decisão de não contratar aos fornecedores não selecionados – é um gesto simpático e liberta-lhes a agenda para pedidos para as mesmas datas.
Tirem todas as dúvidas e tentem fechar os orçamentos propostos nos próximos dois meses. Com antecedência, garantem os profissionais que mais desejam e, quem sabe, poderão usufruir de melhores valores.
9 MESES ANTES
5. O que vestir
É altura de começar a explorar o que irão vestir – vocês, noivos, e também os que estão sob a vossa responsabilidade, como as damas de honra ou os meninos das alianças.
De certeza que já pesquisaram e encontraram modelos que estão alinhados com que estão a imaginar para o vosso dia. Agendem as visitas às lojas escolhidas e experimentem as opções que tinham em mente, mas vão de coração aberto e escutem também as indicações dos profissionais. Boas surpresas poderão estar reservadas!
Ainda que tudo isto pareça muito cedo, lembrem-se que um vestido de noiva ou fato por medida podem levar até nove meses a serem criados, as cadeias de produção continuam com solavancos deste a temporada do Covid e se há coisa que não queremos é nervos adicionais e desnecessários, pressão e prazos apertados que fazem suar (e acabam sempre por custar mais dinheiro!). Mais tempo significa mais escolha e mais tranquilidade – e isso tem muito valor!
6. Temos o prazer de convidar…
Chegou a hora entregar os convites. Falem com o profissional que escolheram para fazer o anúncio do vosso dia e avancem com um save the date, sobretudo se a comparência dos convidados exija planeamento adicional (como viagens, pernoitas, férias ou datas especiais), e com os convites de casamento.
Esta singela peça é a primeira impressão do dia que estão a planear, certifiquem-se que a mensagem é clara e reflete a vossa personalidade e a natureza do dia que estão a planear. A falta de informação pode gerar equívocos e desconforto, como um guarda-roupa inadequado.
Por norma, os convites devem ser enviados seis meses antes da data do casamento, mas com convidados estrangeiros, uns meses extra de antecedência podem ser uma mais-valia para planearem a sua deslocação, já que podem implicar marcação de férias, para além das viagens.
7. Lua-de-mel
Preparem a vossa viagem, façam as reservas e vejam as especificidades de viajar para o destino que escolheram. Passaporte, vistos e vacinas podem ser imprescindíveis.
Acrescentamos uma sugestão partilhada por muitos dos nossos noivos – reservem o dia seguinte para descansar, recuperar da ressaca de alegria, comida e bebida, e marquem a vossa viagem para o dia a seguir!
E assim chegamos a meio do um cronograma para o casamento numa contagem decrescente de 12 meses.
No próximo artigo, continuamos a contagem decrescente para o grande dia.
Até ao próximo artigo!
CRONOGRAMA PARA O CASAMENTO I, um texto escrito a quatro mãos: Alexandra Barbosa e a imprescindível Susana Esteves Pinto.