As palavras e o casamento podem não ter a mais evidente das relações, mas a verdade é que o poder das palavras pode aportar muito à vossa celebração.
Quantos de nós afirmam, com convicção, que não têm “jeito para as palavras”?
Não as manobramos com a agilidade e clareza necessárias para transmitir o que nos vai no coração e, na hora de escrever algo memorável e relevante, sentimos que o que nos sai não expressa a intensidade daquilo que temos cá dentro. Se as palavras que escrevemos fluíssem como os pensamentos que temos, iriam espelhar os sentimentos que borbulham – o amor, a gratidão, a admiração.
O convite
A nossa relação com as palavras começa no primeiro momento do vosso caminho até ao dia do casamento: no texto do convite, o seu conteúdo e a sua forma.
O texto do convite pode ser mais ou menos formal – espelhará o espírito da festa e sugere, desde o primeiro momento, como será o dia.
A sua dimensão e disposição também podem ter várias formas, que são camadas de contexto para a vossa festa. Esta informação pode ser mais detalhada e incluir um bonito texto, ou ser mais sintética, focada na informação relevante.
A informação que decidem escolher e a forma como o vão fazer, determina o tamanho do convite. Ponderem sempre a dimensão do convite em conformidade com a quantidade de texto que irão compor, para que tudo respire e tenha o seu lugar, com a leveza e elegância que o acontecimento pede.
Os votos
À medida que a data do vosso tão desejado dia se aproxima, a vontade de dominar as palavras e a necessidade de fazer delas o espelho da vossa alma vai aumentando – e, possivelmente, também os nervos!
Chegou o momento de escreverem os vossos votos.
Os votos são uma reflexão sobre a vossa união, sobre os fundamentos do vosso amor, sobre o vosso caminho passado e futuro. Quando juramos amor eterno, usamos palavras que vêm do coração, que somam tudo o que vivemos, separados e juntos, o que nos liga e nos expande, o que nos define como dois e como unos.
Este é um dos picos emocionais da cerimónia, quiçá o único momento só vosso. Não é uma tradição nacional, mas tem vindo a conquistar-nos: o tempo pára num instante absolutamente mágico e comovente, feito de muita emoção e coragem. Serão o foco da atenção de uma centena de pessoas, à frente das quais expõem o vosso coração de forma clara, emocionada e transparente. É de arrepiar!
Personalizar os votos, os dela e os dele, é algo muito especial e significativo, e dedicar este momento ao companheiro que escolheram para partilhar o resto da vida é uma montanha russa de emoções.
A Manuela Azevedo, dos Clã, canta lindamente este “problema de expressão”.
E se a nossa capacidade de escrita não é capaz de expressar a intensidade e qualidade do que queremos dizer?
Há muitas formas de verbalizarmos o que vai cá dentro, e o que dizemos e como o dizemos deve estar alinhado com a nossa personalidade. As palavras podem ser gentis, com graça ou mesmo poéticas, cada noiva e noivo terá a sua forma de se exprimir.
Sabemos que o caminho até ao casamento é feito de muitos nervos e ansiedades, é preciso fazer escolhas certas, agradáveis a muitos e aos próprios, há uma expectativa para cumprir, na nossa cabeça e achamos, também, que na dos outros, e ainda vamos ter que por o coração cá fora? Como é que isto se faz, como é que vou verbalizar todo o sentimento que tenho por ti?
É um medo natural. Aceitem-no, mas não o valorizem.
Juntem ideias e usem o vocabulário com que se sentem mais confortáveis, é muito importante sermos nós mesmos, autênticos. Respirem fundo, pensem no que vos levou até este bonito compromisso, e tomem as vossas notas, de forma simples e sincera. Saltem as frases feitas e discursos comuns e genéricos. Não somos todos poetas ou escritores, mas todos conhecemos a sensação de amar alguém.
No entanto, se querem muito viver este momento e sentem que escrever os votos vos está a tirar o sono e a tornar-se numa tarefa pesada, peçam ajuda profissional.
A Rafaela Martins, que assina como “Somos as Palavras”, está à vossa disposição para desatar o que vos vai no coração em belas palavras de viva voz.
Contem-lhe a vossa história, tudo o que anseiam dizer à vossa cara-metade, e das vossas palavras tímidas mas sentidas, nascerão os votos que são a vossa essência e a vibração do vosso amor.
Fará a diferença, o que podia ser apenas mais um momento da cerimónia tornar-se-á num momento inesquecível para todos os que testemunham a vossa união. Já falámos dos arrepios, não foi?
Tanto esforço, empenho e magia não se vão esgotar aqui, há que lhes dar uma forma palpável, para que possam ser guardados ao alcance das mãos. Para imortalizar este momento, falem com o vosso fornecedor de estacionário e peçam-lhe que vos desenhe estes votos num bonito papel a combinar com a restante linha gráfica. Funcionará como uma cábula que dá suporte aos muitos nervos e tremeliques de voz e mãos, facilita a leitura, e é uma recordação bonita que trará uma elegância ao registo fotográfico e filmatográfico do momento.
Os discursos e brindes
O mesmo se aplica aos brindes. Em Portugal ainda é algo recente mas que acabará por conquistar o seu devido espaço no planeamento do casamento, porque é outro momento mágico e cheio de emoções, entre gargalhadas e lágrimas no canto do olho.
Esta tradição estrangeira, que tão bem conhecemos dos filmes de comédia (há sempre um padrinho desbocado e um momento de vergonha alheia) ou dos bonitos vídeos de destination weddings que vão acontecendo por cá, pode aportar à vossa festa um momento especial para vocês ou de vocês para alguém que queiram homenagear e celebrar, como os vossos pais ou alguém importante na vossa relação.
Por norma, estes discursos e brindes são feitos por quem vos conhece muito bem – como os padrinhos, irmãos e pais, ou por vocês próprios, verbalizando o quanto gostam desta/s pessoa/s, recorrendo a história vividas, momentos hilariantes ou mesmo recordações comoventes. O importante é demonstrar todo o amor e gratidão pelos momentos partilhados, e o quão é significativo, para todos, estarem juntos neste dia e neste momento do vosso percurso de vida.
Os discursos e brindes acontecem quando já estamos todos mais descontraídos, bem comidos e bebidos. São momentos memoráveis e muito felizes e merecem também o vosso investimento.
Para se tornarem memórias que nunca vão querer esquecer, não poupem no amor que lhes dedicam e, se continuam a não se sentir confortáveis com a escrita, a Rafaela Martins vai novamente em vosso socorro, criando um texto claro e emotivo que ninguém irá esquecer.
E tal como nos votos, estas palavras e gestos podem e devem ter uma forma física para que os guardem como recordação. Inclusive, uma ideia muito bonita é incluir os discursos na vossa linha de estacionário e oferecerem-nos aos homenageados. Garantimos muita emoção nesse gesto de entrega!
Para vos inspirar, deixo-vos um exemplo que criámos com as belas palavras da Rafaela Martins, que ganham vida na fluída voz da Susana Esteves Pinto:
Os agradecimentos
A festa superou as expectativas, a lua-de-mel não podia ser melhor e estamos de regresso.
Com calma e gentileza, preparamos um cartão de agradecimento.
Num bonito gesto de reconhecimento, agradecemos o contributo indispensável de todos os que fizeram parte do nosso dia e que o tornaram tão bonito e memorável. Um cartão por família é suficiente. Sendo destinado a várias pessoas e de faixas etárias diferentes, o texto deve ser claro mas não elementar. Dediquem tempo a quem fez o esforço para estar presente no vosso dia. Sozinhos ou com a ajuda da Rafaela, construam um parágrafo de coração aberto e cheio de gratidão, afinal estas são as pessoas escolhidas para fazerem parte da vossa história.
Despeço-me com a bela escrita de quem domina tão bem as palavras como o sentimento que representam, a Rafaela Martins, de “Somos as Palavras”:
“Ao optarem por dar destaque às palavras, quer seja nas diferentes peças de comunicação quer seja nos vossos votos e discursos, e decidirem abandonar tudo o que são frases feitas, terão mais uma bonita forma de contar a vossa história, transparecer a vossa identidade e tornar o dia ainda mais especial – mais vosso.Façam um exercício de introspeção… Escrevam, passem para o papel o que sentem e esperam deste momento, e usem as palavras da forma mais pessoal possível. Ou, se sentirem um entrave entre o coração e o papel, peçam ajuda a quem vos possa ouvir e consiga materializar com ternura aquilo que sentem. Escolham a opção que vos for mais confortável mas não desvalorizem esta oportunidade de abrirem o coração a quem escolheram ter por perto neste momento.”
Texto escrito com a imprescindível ajuda de Susana Esteves Pinto e publicado no Simplesmente Branco.
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