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SIMBOLOGIA E FUSÃO

A HISTÓRIA DE UM CONVITE DE CASAMENTO

 

Hoje falo-vos sobre um estacionário de casamento que criei no ano passado.

Será o último texto de Julho. Agosto é o mês em que pauso e dedico uma grande parte do meu tempo à criação que vai para lá dos casamentos: regresso à xilogravura e à pintura de forma mais intensa, para lavar a alma e refrescar ideias.

Obrigado pela vossa companhia nestes meses tão diferentes e desafiantes!

 

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O estacionário que vos trago hoje tem um início diferente do processo habitual. Neste caso, o contacto não partiu dos noivos mas sim do seu intermediário, a wedding planner.

 

Quando não temos um diálogo directo entre os principais interessados, criador e cliente, a comunicação com o intermediário de serviço tem de ser muito precisa. É fundamental que a pessoa com quem estamos a conversar conheça o meu trabalho, conheça muito bem o seu cliente e tenha a capacidade de interpretar e se expressar de forma clara, movimentando a informação entre as partes, mantendo o processo prazeroso e optimizado.

Neste processo triangulado, reúno toda a matéria prima que vou precisar para o processo criativo e transmito para os noivos o meu processo de trabalho, como o faço e as possibilidades que comprometerão o resultado. Pode ser um caminho mais demorado ou mesmo menos claro e objectivo, se não houver cuidado nessa ponte, pelo que implica uma interpretação entre a informação dada pelos noivos e a dada por mim.

A experiência diz-me que a compreensão, a calma e a dedicação levam todos os projectos a bom porto, e isso mesmo aconteceu com este exemplo que vos trago hoje.

 

É preciso vencer a estranheza de não ter um rosto, uma voz e um sorriso presentes no processo criativo, e isso é provavelmente o lado menos bom quando trabalho com um intermediário. Faz-me falta aquele brilhozinho nos olhos, sobretudo da noiva, enquanto me fala das expectativas do seu dia mais bonito. Essa emoção, que deve emergir novamente quando entrego o trabalho em mão, é a minha meta e o que tenho em mente enquanto crio, mesmo à distância.

 

Na conversa com a wedding planner, foi-me dito que Yolanda e Edgar gostam de flores e animais selvagens.

O leopardo, esse animal ágil e rápido, foi o eleito para simbolizar a força do Amor que os uniu, e é figura central desta ilustração, que olha para a direita, como se fitasse, determinado, o futuro.

Abraçado por flores e vegetação, alegremente anuncia a união de Yolanda e Edgar com um monograma que funde as suas iniciais. É neste habitat que duas borboletas celebram a sua metamorfose: a evolução que levou a este sólido amor, que agora será celebrado!

 

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Nesta simples descrição, nasceu o convite, cartões em papel e impressão fine art, que secretamente habitava aquele envelope marsala lacrado com a fusão que tanto ansiavam.

O marcador de mesa e o menu seguiram a mesma estética, adaptando o desenho do convite aos diferentes formatos.

 

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Espero que tenham gostado deste estacionário, bem diferente dos outros que vos mostrei até agora, esta é a magia de trabalhar com a singularidade de cada casal. Com o mesmo denominador comum, o amor e a sua celebração, cada resultado interpreta a personalidade, gostos, história e vida dos seus intervenientes. Tal como não há dois casais iguais, não haverá dois convites iguais.

 

Despeço-me desejando-vos um excelente mês de Agosto, nós voltamos às nossas conversas criativas em Setembro.

Até lá, estou sempre à distância de uma chamada, de um email ou de uma conversa agendada.
Desejo-vos umas óptimas férias!

 

Como habitualmente, este texto foi escrito com a ajuda da imprescindível  Susana Esteves Pinto .

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